Numa entrevista exclusiva para a BTV, o Diretor Técnico do futebol de formação das águias, Pedro Marques fez uma reflexão sobre o ano 2022, onde destacou a presença de vários jogadores na equipa principal e nas conquistas internacionais (UEFA Youth League e a Taça Intercontinental).
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Para olharmos para 2022, temos sempre de olhar para os últimos dois anos, fortemente condicionados pela pandemia. Felizmente neste ano já conseguimos retomar a nossa atividade em pleno. Isto significa que conseguimos estar espalhados por todo o País. A atividade da prospeção voltou em força, com muita gente no terreno à procura dos melhores talentos. Foram observados milhares de jogadores em Portugal e é um pouco a base do que é a entrada para o projeto do futebol de formação do Benfica. Na atividade das Escolas de Futebol ao longo do ano, no que é o contacto com a realidade do Clube, independentemente do nível a que possam jogar, não só em Portugal, mas também em alguns projetos internacionais que temos, conseguimos retomar em pleno. Se olharmos para os CFT, reforçámos a oferta que temos, não só a nível desportivo, mas também a nível da melhoria de infraestruturas que dão suporte ao trabalho aí desenvolvido. Retomámos também o contacto desses jovens com a casa mãe. Na atividade em Lisboa e no Benfica Campus conseguimos voltar a ter todos a trabalhar. Tivemos mais de 500 jogos só aqui no Seixal, milhares de treinos e outras atividades complementares, e isso era o que nós ansiávamos, ter novamente o projeto em força. Passados esses dois anos de muito constrangimento, é bom conseguirmos ver que o projeto continua a andar, fruto também do investimento do Benfica nesses momentos mais difíceis, e hoje temos a alegria de ver jogadores chegarem à equipa principal. Foi um ano francamente positivo. Se olharmos para os três principais grandes eixos em termos de objetivos (a promoção de jogadores, o desempenho desportivo e depois uma formação mais integral dos jovens jogadores), podemos dizer que este ano foi positivo. A época ainda não acabou, mas se olharmos para os últimos 12 meses, em termos de promoção de jogadores tentámos sempre dar oportunidades e colocar os atletas num nível competitivo mais ajustado. Tivemos muitos jogadores a jogar num patamar acima do seu escalão etário, tentando dar-lhes os melhores estímulos. Para nós é das coisas mais difíceis, mas que nós fazemos com a convicção de que criamos condições para eles se desenvolverem. Depois, neste principal objetivo de formação e promoção de jogadores, não podemos deixar de olhar para o que é o produto final, a chegada dos atletas à Equipa A. Pensamos que tivemos a felicidade, mesmo com a mudança da equipa técnica e na transição de uma temporada para a outra, de continuarmos a ter jogadores a terem essa oportunidade, criada pelo planeamento da Equipa A, pela aposta do Presidente, com o abrir de portas por parte do treinador Roger Schmidt, que continuou a olhar para os jogadores do futebol de formação (que acaba por ser um dos pilares estratégicos do Clube). Posso falar do António Silva, mas não me canso de falar das oportunidades que foram criadas. Só nesta época, os jogadores da formação que estão no plantel da Equipa A, no seu somatório, participaram em mais de 100 jogos no seu total e tiveram mais de 6000 minutos. Isto é de realçar, não só pela aposta e pelo olhar para estes talentos, mas também no trabalho necessário para que eles possam lá chegar.
Pedro Marques