Na caminhada imaculada o Benfica de Schmidt, que tem gerado “comichão” por essa imprensa fora, temos visto vários jogadores a crescer e a aparecer. Os golos e labuta de Gonçalo Ramos, a rotação de Florentino, a imprevisibilidade de Neres ou um Enzo que tem enchido o campo. Ou o que dizer até de António Silva…
Mas há um nome que para mim tem sobressaído, João Mário. Depois de uma segunda metade de época apagada, foi dado como acabado para o Benfica. Especulou-se até que a porta de saída estava aberta. Nos adeptos, muitos anticorpos, pelo passado “leonino”, por uma época pobre e pelo modo de jogar do próprio João, considerado lento e pouco esclarecido por muitos. Tudo somado, a saída de João Mária era especulada como certa pela imprensa e pelos adeptos nas redes sociais. A promessa de um futebol rápido e pressionante parecia não se coadunar com as características do jogador.
A verdade é que João Mário até novembro/dezembro de 21, esteve bem no Benfica. Valeu o regresso, na altura, à seleção e um lugar cativo no Benfica de JJ. Olhando até, por exemplo, aos golos do Benfica na fase de grupos da Champions, todos eles passam pelos pés de João Mário. Depois… Extinguiu-se.
Mas Schmidt rapidamente “esclareceu” os adeptos e analistas. João Mário seria nuclear. E desde logo percebemos que o “novo” João não seria um 8 como antes, mas sim um médio ofensivo, entregue mais à ala e, depois, às deambulações de jogo interior. E sempre perto do golo. Aparece tanto na linha, como nos espaços interior, abrindo espaços às combinações Rafa/Grimaldo, ou mais descaído para a direita, procurando o remate para combinar com Neres.
E tem estado exemplar, no modo como joga e como assume o seu papel. Tem assumido momentos decisivos, como o penalty de Turim com frieza ou a braçadeira no Bessa com garbo. E mesmo com a sombra Draxler, o médio português não se atemoriza. Até porque o treinador parece confiar nele de uma maneira diferente, parece ser a extensão dele em campo. É com quem Schmidt mais fala nas paragens. Não para o corrigir, mas para orientar a equipa.
Não sei como vai acabar a época, não sei se irá manter este nível. Mas o João Mário “inventado” por Schmidt é, para mim, a nossa figura. É o elemento “off the box” do Benfica e que oferece soluções diferenciadas e inesperadas…
SIMON
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